Psi-mentalista

BATALHA.

Se essa santa guerra de meus dias findar solene.

Se me sobrar sanidade.

A gente luta e vê transformadas em armadilhas as coisas boas que acreditamos de verdade.

Vê o dia ensolarado que parecia tão abençoado, cair em cinzas e sem claridade. 

Se as espadas afiadas transpassarem fumegantes pelas minhas defesas,

Mesmo se as lanças partidas nesse dia vermelho, e os escudos trincados, entre uma orda de lobos famintos em um lugar desleal e ineficaz.

Eu não desistirei, mesmo com a cabeça sangrando pelos duros golpes dessa vida, não tombarei jamais.

Não sem lutar, sem crer ou acreditar.

Ei de terminar minha passagem com bravura, até que eu me vá, e um dia dirão "aqui eu jaz".

Mas hoje não!

Hoje eu luto.

Então me engano e ao olhar acima, enxergo tristes palavras em uma marquise em chamas: "abandone suas esperanças aqueles que aqui entram" e nenhuma lagrima que eu veja é importante o suficiente pra me fazer voltar.

Entrei.

Mas meus laços de amizade não serão quebrados.

Ha quem precise. Existem apelo pela presença entre eles.

Eu tenho valor? 

Ai percebo que na subida os fantasmas desgostosos que anseiam por me ver destruído, beliscam meus calcanhares, mordem meus pés e sorriem com gargalhadas vulgares.

Cospem insultos... são infames e nojentos. 

Pela desgraça ou triunfo sobreviverei a esses dias dos infernos.

Então ajoelho como um homem penitente, e lentamente levanto os olhos vejo que voltei, mas ha a frente apenas um campo de corvos.

Com o apoio da espada eu tento levantar, meu escudo em frangalhos e meus joelhos estão trêmulos, e paço após paço dolorido, nesse campo de dor e morte, eu lamento de os dias que não agradeci.

Háá senhor, me sentirei um vencedor se chegar ao final dele, mesmo que banhado de sangue amargo, suor e lagrimas desesperadas, mas ainda a sangue nas veias e sem cicatrizes fundas o bastante para poderem ser escondidas.

E com um sorriso eu enxergo a luz num belo amanhecer que finalmente chegou.

A esperança, mesmo no inferno.

SS.